Resenha: Extraordinário

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Título original: Wonder
Autora:
 R.J. Palacio
Editora: Intrínseca
Páginas 313
Sinopse: August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade… até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.

Com quatro palavras posso garantir com certeza absoluta que esse foi um dos melhores livros que já li: ele me fez chorar. Conto nos dedos de uma mão a quantidade de livros que já tiveram esse efeito em mim – talvez menos, já que uns nem foram tanto pelo livro em si.
Auggie Pullman, apesar de ter uma condição genética raríssima que o submeteu a incontáveis cirúrgias e a um rosto incomum, é um garotinho feliz. É viciado em Star Wars, tem uma boa relação com seus pais e sua irmã mais velha Via, apaixonado pela sua cadelinha Daisy e até um melhor amigo, que não liga para a sua aparência. Mas tudo muda quando ele descobre que precisa entrar para a escola. Primeiro ele bate o pé e diz que não vai, de jeito nenhum! Mas depois de fazer uma visita, conhecer o Sr. Buzanfa – sim, é o nome do diretor da escola – e dois colegas legais (e um não tão legal assim), ele pensa que a escola pode não ser tão ruim.
Auggie se diz acostumado com a reação das pessoas ao verem seu rosto pela primeira vez. Porém ele ainda é um garoto de 10 anos, numa escola lotada de outras crianças sem filtro na boca – e na mente. Ele fica claramente chateado quando seu colega não tão legal assim começa a pegar no seu pé e as outras crianças criam uma brincadeira de muito mal gosto com ele. Mas ele ainda pode contar com um daqueles dois colegas legais, Jack Will, e sua nova amiga Summer, a única que senta com ele na hora do almoço, para trazer alegria em sua nova vida.
É rodeado de todas essas outras crianças que August cresce e começa a ver (e ouvir) a vida de um modo diferente. As reações de Auggie são impressionantes e, apesar de ser possível perceber um enorme crescimento do personagem, ele já é um menino incrivelmente maduro.
A narração do livro é leve e faz com que nos sentíssemos crescendo com Auggie. E o livro traz a perspectiva de vários personagens, o que nos dá uma visão mais rica da história do livro, e que muda até a forma da escrita dependendo do ponto de vista (o modo da escrita da perspectiva do namorado da Via me deixou embasbacada).
Extraordinário não é mais um livro de lição de moral. A mensagem cresce dentro de você (como o Auggie), é diferente de todos os outros livros que já li. E os preceitos do Sr. Browne são apenas um adendo à grande mensagem que o livro todo traz. O livro é realmente extraordinário, que nos faz repensar os atos de uma vida inteira. Coloca sob perspectiva muita coisa que é chamada de “problema” por aí, mas não chega nem perto disso, que existem coisas muito maiores. Um rostinho bonito não é a chave da felicidade, muito menos um imã de amizade verdadeira. Ainda temos muito o que aprender sobre aquela velha frase: “não julgue um livro pela capa”.

“Toda a pessoa deveria ser aplaudida de pé pelo menos uma vez na vida, porque todos nós vencemos o mundo” – August Pullman.

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